"A morte não é outra coisa que uma transformação necessária, uma renovação.
Em realidade, nada morre. A morte é aparente. Somente a forma exterior muda; o principio da vida, a alma, continua em sua unidade permanente, indestrutível. Ela se encontra no além-túmulo, ela e seu corpo fluídico, na plenitude de suas faculdades, com todas as aquisições; luzes, aspirações, virtudes, poderes de que se enriqueceu durante suas existências terrenas. Eis os bens imperecíveis de que fala o Evangelho; quando diz: “Nem os vermes, nem a ferrugem os consumirão e nem os ladrões os roubarão”. São as únicas riquezas que podemos levar conosco, para utilizar na vida futura.”
“A morte é a grande reveladora. Nas horas de provações, quando escurece em nosso derredor, por vezes perguntamos: Por que isto? Por que não permaneci na noite profunda, onde nada se sente, não se sofre, onde se dorme o sono eterno? E, nessas horas de dúvida, de agonia, de desanimo, uma voz subia até nós e dizia: Sofra para crescer e para resgatar! Saiba que o destino é grandioso. Esta fria terra não será o seu sepulcro. Os mundos que brilham no fundo dos céus são suas futuras moradas, a herança que Deus lhe reserva. Você é, para sempre, cidadão do Universo, pertencendo aos séculos futuros como aos séculos passados e, no presente, prepara sua evolução.
Suporte, pois, com calma, os sofrimentos que você mesmo escolheu. Semeie, na dor e nas lágrimas, o grão que brotará em suas próximas vidas; semeie também para os outros, como os outros semearam para você! Espírito imortal, avance com passo firme para as alturas de onde o futuro lhe aparecerá sem véus. A subida é rude e o suor inundará muitas vezes seu rosto, porém, do alto verá despontar a grande luz, verá brilhar, no horizonte, o sol da verdade e da justiça!”
“Depois da Morte”, Léon Denis